A culpa é toda dele. Toda a dificuldade da nossa geração de se relacionar, a desconfiança exacerbada, os joguinhos, tudo. Vamos lá. Vocês têm que concordar comigo que todo mundo um dia foi inocente e sonhou com o príncipe/princesa encantado/encantada. Até se decepcionar em um relacionamento e para não se decepcionar mais se transforma exatamente na pessoa que o decepcionou: fria, cética e distante.
Infelizmente essa é a história de nossas vidas. Hoje em dia é muito difícil duas pessoas legais se conhecerem. No máximo uma legal é corrompida pela outra, já anteriormente corrompida. E essa nova corrompida, vai corromper outras em uma cadeia epidemia que transformou o mundo das relações no que é: baseado na desconfiança e no medo de se envolver.
Mas alguém teve que começar com essa cadeia. Alguém deu o fatídico pontapé inicial. E meus amigos que me desculpem, mas definitivamente foi um homem. O homem é muito mais corruptível do que a mulher. Se hoje em dias vocês vivem reclamando que só tem mulher ratona, treinada, jogadora, para não falar outras coisas, é justamente porque vocês as decepcionaram quando elas eram direitas.
Então, voltando para tentar descobrir a origem dessa doença contagiosa, o grande culpado foi o primeiro galã de todos, o primeiro espertalhão, que se fez de bonzinho aqui, falou que amava ali, mas na verdade estava tentando manter todas ao mesmo tempo. E sendo assim, o primeiro cafa, contagiou as mulheres que sacaneou e aí nasceram as jogadoras, treinadas, piriguetes da vida e essas decepcionaram os homens direitos que viraram putões, que sananearam outras meninas legais.
Então é isso. Os anos passam e cada vez sobram menos imunes a essa febre. O remédio? Entrar de cabeça nos relacionamentos, se entregar de corpo e alma. Mas leiam a bula. Dizem por aí que vem com muitos efeitos colaterais, entre eles falta de ar, dor no coração e insônia. E aí, vai arriscar?
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